terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Chora...

Chora,
Deita cá para fora tudo o que guardaste dentro de ti,
deixa sair a dor, os sonhos perdidos, a mágoa e a desilusão.
Chora todas as lágrimas que quiseste secar achando que chorar era para os fracos,
não é, é mais fraco aquele que nega a sua dor do que aquele que se permite senti-la.

Então chora, chora tudo o que quiseres chorar, sem medos nem vergonhas.
Chora por tudo o que te consome o peito e te deixa a alma dormente.
Chora as lágrimas que durante todo este tempo te recusaste a aceitar.
Chora sempre que quiseres chorar.

E que importa se os outros te acharem fraca? Por acaso são eles que vestem a tua pele todas as manhãs? São eles que sabem o que te dói acordar todos os dias e ver que o peso que tens no peito continua exactamente no mesmo sitio e talvez um pouco maior? São eles que calçam os teus sapatos e percorrem o teu caminho? Não, não são.
Os outros são apenas os outros, não sabem nada e nem precisam de saber. És tu e só tu que vive a tua vida, és tu e só tu que sabes as tuas dores, és tu e só tu que conheces os teus limites.

Chora, chora porque não faz mal chorar, chora porque precisas, porque queres, porque és humana.
Chora, grita, barafusta, reclama com o universo se for preciso, mas deixa-te sentir a dor que te consome a alma para que depois ela possa ir embora.
Não a guardes dentro de ti, não a deixes consumir-te os segundos, as horas, os dias e até os meses.
Sente-a, chora-a e depois deixa-a partir.



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