Não importa que existam quilómetros imensos a separar-nos, nem importa que no fundo saibamos que a história não vai dar certo; quando amamos não somos capazes de desistir, não somos sequer capazes de aceitar que talvez o amor não vença tudo; e sofremos e choramos e juramos esquecer e depois ele volta e nós perdoamos tudo e fazemos mais juras de amor e prometemos a nós mesmas não deixar que o medo dele impeça que o nosso amor se transforme numa realidade feliz e eterna...
Margarida Rebelo Pinto é talvez das escritoras que melhor sabe falar de desilusões amorosas, que melhor toca os corações, porque todos nós já fomos magoados e em algum momento nos revemos nas palavras que ela escreve.
Para mim um livro fantástico, um livro de amor, de esperança, de sonhos.. mas também de "desamor", da constatação da realidade, da prova que por vezes o amor não vence tudo e é tão difícil admitir isso..
Totalmente aprovado e totalmente recomendado - quem tiver no meio de uma crise amorosa é melhor ler com a caixa de lenços ao lado. (Na minha opinião só vale ler Margarida Rebelo Pinto quando estamos mal, ela não tem de todo o mesmo sabor quando lemos felizes da vida).
"Estas respostas vagas e tão imprecisas só me confundiram ainda mais. Não que ele não tivesse direito a elas, eu é que nunca as soube aceitar."
"Tudo em mim se habituara a ele; o meu corpo, o meu coração, os meus olhos, o meu sono. E agora, que ele estava a sair da minha realidade de uma forma irreversível. Era como se me arrancassem os membros, sentia-me paralisada; perdida, sem saber para onde ir, assustada e ferida sem sequer acreditar no que me estava a acontecer."
"Cada um tem o seu destino nas mãos e somos nós e só nós, responsáveis pelo que acontece"
"A dor da perda não diminui com a lucidez nem se dissipa na razão. A dor tem vida própria."
"Não sei se o tempo curou a tristeza. Mas quero acreditar que sim."
"Tenho sempre coisas para dizer aos outros e sei que os outros nem sempre têm tempo ou vontade para me ouvir"
"Não é vontade, é necessidade"
"Sabes o efeito devastador que a tua voz causa em mim?"