quarta-feira, 19 de junho de 2019

O erro mais bonito...

Às vezes pergunto-me quem seria eu se não te tivesse conhecido, seria o meu sorriso tão brilhante hoje como era naquela altura quando eu acreditava em príncipes encantados e no felizes para sempre?
Teria eu seguido os caminhos que desenhava tantas vezes na minha mente antes de te conhecer?
Teria realizado os planos que me pareciam tão óbvios e que se desvaneceram assim que olhei nos teus olhos?

Tenho a certeza que a minha vida teria sido tão diferente se os nossos caminhos não se tivessem cruzado mas não tenho certeza nenhuma do que faria se me fosse dada a possibilidade de voltar àquele dia, seria realmente capaz de te apagar da minha vida e tudo o que isso implicou? Seria realmente capaz de deixar de viver este erro?
Passaram-se tantos anos... mas talvez eu nunca saiba esta resposta.

No entanto cada vez que oiço esta música (e ela passa tantas vezes na rádio) os meus olhos enchem-se de lágrimas, o nó fecha-se na garganta, o peito pesa-me e as saudades invadem-me...
Sim, apesar de tudo tu foste o meu erro mais bonito...

segunda-feira, 17 de junho de 2019

2 anos do pior dia da minha vida...

Não sou por norma uma pessoa de datas mas há dias que decididamente não se esquecem...
Hoje faz 2 anos que a mão de Deus pousou no meu ombro e me disse - o que eu sempre soube- que não estava sozinha, que ele caminhava comigo em todos os momentos e que a minha fé me sustentaria em todos os meus passos.
Hoje faz 2 anos que o inferno me chegou à porta sem aviso e me mostrou o que é o amor incondicional, aquele em que não pensamos duas vezes para proteger os nossos, em que a nossa vida não é nunca prioridade porque a prioridade é garantir que os nossos ficarão bem...
Foi o dia mais difícil da minha vida, o pior sem dúvida mas foi também o dia em que recebi uma sucessão de milagres que espero nunca me esquecer de agradecer...

Há dois anos, (uma semana depois do incêndio), escrevi o relato daquele dia, hoje deixo-o novamente aqui. Não porque queira relembrar o horror do que vivi mas sim porque quero relembrar a força do amor, do amor que me une aos meus e que me deu coragem para lutar, do amor a Deus, que nem por um segundo me deixou duvidar de que conseguiria ultrapassar aquilo e que não estava sozinha.
Se em vez de lerem preferirem ouvir, podem fazê-lo aqui, a partir do minuto 10/11.
 A vida muda num segundo, aproveitem-na!


Escrito no dia 23 de Junho de 2017


17 de Junho de 2017 - Sábado

São 10 horas da manhã e a minha cadela obriga-me a levantar, na rua o calor é imenso e as minhas pequenas em vez de um bom dia perguntam-me se já podem ir para a piscina insuflável que o avô encheu para elas no quintal.
Sim já podem, fico a vigiar enquanto tomo o pequeno almoço e me deito na espreguiçadeira a apanhar sol.
Um dia normal, um calor anormal.
Por volta do meio dia obrigo-as a contra gosto a irem para casa, o calor é insuportável até à sombra.

Passam das 16 horas quando volto a olhar para o relógio para ver se a hora de perigo do sol já passou, sim supostamente já passou. Assim que meto os pés no quintal reparo num céu escuro e cheio de fumo, chamo o meu pai "acho que há fogo" e saio do quintal enquanto ele vai procurar noticias na televisão e falar com a minha mãe.

Na rua sem sombras o calor é ainda mais intenso, a minha vizinha anda de um lado para o outro para perceber de onde vem o fumo, vamos à rua de trás e conseguimos ver 3 pontos de fumo. Apenas isso, 3 pontos de fumo que a mim me parecem longe, muito longe.

Ainda não são 17 horas e já não é só a encosta traseira que arde ao longe, quando saio de casa depois de ter trocado o bikini por um soutien de desporto para ir ver se o céu tinha clareado o suficiente para ir dar o meu passeio pela floresta, a minha mãe grita-me que na encosta lateral já se vêem as chamas. Chamas? Quais chamas? Eu que não vejo nada ao longe continuo a ver apenas pontos de fumo. Mas já não são pontos de fumo nas encostas traseiras, são pontos de fumo nas encostas de trás e na lateral direita. Digo-lhe que ligue para a vizinha da encosta da frente e lhe pergunte, do sitio dela deve-se ver melhor.
O meu pai ouve que o fogo se dirige para as Fontainhas, são 3 km até minha casa, na minha cabeça continua tudo a estar muito longe, é muita floresta não pode arder tudo. Ele e os meus vizinhos decidem ir até ao centro da aldeia, tentar perceber afinal onde está realmente o fogo.
A vizinha da encosta da frente diz ao telefone que também ela vê as chamas, diz-nos que comecemos a molhar tudo.
E eu começo, começo com a despreocupação de quem nunca pensou que o fogo ali chegaria, com a calma de quem vê sempre o lado bom das coisas e acha que estão apenas a exagerar, com uns chinelos nos pés, uns calções de ganga e um top vestido. Começo a molhar o quintal, com a mangueira onde ela chega e com baldes onde ela não chega.
A minha mãe começa a ficar assustada, o medo de quem já passou por fogos que eu apenas vi na televisão, mando-a ligar ao meu pai e ficar em casa com as crianças, grito que fechem a minha cadela.  A urgência na minha voz contrasta com a calma que sinto por dentro, "é só um susto, ele não vai chegar aqui", continuo a pensar.
E de repente as fagulhas começam a cair no meu quintal, de repente é real e eu sei que vai acontecer, começo a apagá-las, o mais rápido que consigo, não as posso deixar pegar.
O meu pai chega, enquanto eu apago as fagulhas com os baldes ele engata as mangueiras para que cheguem a todo o terreno e assume o quintal.
Assim que ele pega na mangueira eu deixo de ter água para ajudar ali.

Entro em casa e informo que preciso de panos molhados, o quintal está a arder e o fumo começa a tornar-se insustentável, é preciso continuar a respirar. Entrego uma toalha molhada ao meu pai e passo para a frente da casa.

Dentro de casa a minha mãe começa a ligar para onde pode, pede à protecção civil que lhe venham buscar as netas, na primeira vez dizem-lhe que sim, que vão já enviar alguém. Foi a única vez que o fizeram, de todas as outras vezes as respostas foram as mais descabidas possíveis.
Começa também a ligar para as minhas irmãs, só consegue falar com uma, e para a minha avó. Inicialmente calma, pedia apenas que tentassem entrar em contacto com a gnr para que fossem buscar as crianças.

Na frente da casa descubro que estamos cercados, completamente cercados, todas as nossas encostas ardem, é urgente fazer alguma coisa, tenho os meus para salvar.
A casa ao lado da minha - e que é colada na minha - tem mato à frente que começa a arder - é uma casa penhorada e a entidade que a penhorou nunca se deu ao trabalho de ir limpar o terreno.
Começamos a apagar, eu e a Paula - que é a namorada do Bruno, que por sua vez é meu vizinho - e estava lá por milagre nesse dia - atiramos baldes de água sem nem sequer sabermos se estamos a atirar para o sitio certo, o muro da casa não nos deixa ver nada. Ela pontapeia o portão, mas ele nem se mexe, atiramos a agua por cima do muro.
Olho para a minha videira - a única que sobreviveu - e reparo que as folhas pendem para o quintal do lado, não posso deixar que o fogo chegue ali. Molho o muro por dentro e por fora, pego na mangueira mas descubro que se a usar tiro a pressão da água ao meu pai, terei de usar os baldes.

Ao pé do meu carro algo começa a arder, não dou por nada, apenas a mãe da Paula se apercebe e consegue apagar, salvou-me o carro e o da filha, nós só soubemos no fim.

No terreno do lado existe um carro (penhorado e que lá ficou a apodrecer), o pai da Paula usa uma mangueira ligada ao vizinho para molhar à volta, aquele carro não pode pegar, se explodir arde tudo.
Noutro lado o meu vizinho e o Bruno combatem com mangueiras o terreno lateral, para que não chegue à casa deles, para que não mate os animais.
Quando controlam esse terreno correm para nós, eu e a Paula continuamos a atirar água pelo muro, nem sabemos muito bem para onde. Vou buscar uma escada que o vizinho usa para subir para o muro, começamos a passar-lhe os baldes, ele atira a água para os sítios certos.
Finalmente também aqui está seguro.

A minha mãe continua em casa, fechada com as crianças e a cadela, num desespero profundo de quem tem as netas para salvar mas não pode fazer nada a não ser esperar que os seus o consigam fazer. Foi - na minha opinião - quem viveu a parte mais difícil deste incêndio, a de olhar para as crianças e não saber o que fazer, a de ouvir os gritos de quem está cá fora e só perceber metade, a de quem deixa de ver o marido e a filha e não sabe se estão bem ou se já lhes aconteceu alguma coisa.
Liga para a minha irmã e pede-lhe desculpa por não lhe salvar as filhas, liga para a minha tia e suplica que alguém lhe tire as netas dali, liga para a minha avó e o desespero consome-lhe a alma.

Corro para o quintal de trás para ver do meu pai, vejo o quintal queimado, começa a estar tudo queimado no meu quintal, mas ele está a aguentar-se, está a conseguir evitar que as chamas cheguem à casa. Entro em casa apenas para dizer que estamos bem, estamos a conseguir.

Corro de volta à frente da casa, o quintal "abandonado" ao lado da minha casa arde e é preciso apaga-lo, continuo de chinelos. Corro com baldes e vou apagando o que posso apagar, o pai da Paula continua com a mangueira, a Paula, o meu vizinho e o Bruno vão para outra encosta tentar salvar a casa dos pais da minha vizinha.
Nós continuamos ali, estou encharcada, umas vezes porque durante as corridas com os baldes a agua saltava, outras porque tive realmente que despejar agua em cima para continuar a hidratar os olhos, para continuar a ver alguma coisa, o fumo é sempre muito intenso, há alturas em que não consigo ver os meus pés.
Corro pelo quintal vizinho e sinto os pés queimar, umas vezes porque torci os pés e outras porque simplesmente perdi os chinelos no meio das corridas, passei em cima de tábuas a arder e tenho a certeza que tenho os pés queimados. Mas também tenho a certeza que não morrerei ali, senti sempre durante todo o tempo que o incêndio durou que não estava sozinha, talvez os outros não entendam, mas no meu ombro senti sempre a mão de Deus, eu não combati sozinha, Deus esteve ali o tempo todo.
Os calções estão demasiado pesados e começam a cair-me, não consigo correr com eles, preciso de os trocar e corro para casa, é ai que me apercebo que já não temos luz, visto umas bermudas que acho no meio da pressa, mas não tenho tempo de procurar os ténis, de me sentar para os calçar.
Saio de casa e a minha mãe grita-me qualquer coisa, digo que não posso parar, tenho a certeza que tenho os pés queimados e se parar talvez não consiga continuar, manda-me calçar uns ténis por amor de Deus, digo que não tenho tempo enquanto encho mais um balde na piscina das miúdas, corro de volta ao terreno. Na próxima vez que corro para encher um balde entrega-me uns crocs, uns daqueles de inverno com pelo por dentro, assim que os calço sinto os pés arderem, penso para comigo que é o calor em cima das queimaduras e continuo, continuo sempre.

São quase 8 da noite, ou talvez tenha passado um pouco já.
Não temos luz, nem água, nem rede no telemóvel mas apagamos o incêndio à nossa volta. A casa já não está em perigo, o quintal de trás e de lado estão apagados,conseguimos apagar tudo antes de nos faltar a água e ainda tivemos tempo de apagar as oliveiras de uma outra vizinha.

A minha mãe pode finalmente sair de casa, as minhas sobrinhas podem voltar cá fora.
Assim que a minha mãe realmente percebe que o perigo imediato passou e que estamos vivos todos vivos, volta a assumir o controlo da situação, volta a liderar como sempre fez ao longo da minha vida.

Quando olho à minha volta percebo que as nossas encostas continuam todas a arder, a minha vizinha da encosta da frente está a conseguir salvar a casa mas atrás dela já outras arderam, não há uma encosta que não arda.
Há uma que me preocupa especialmente, parece-me demasiado perto de pegar num terreno perto do nosso, o meu pai diz-me que é longe, hoje sei que não é.
Olho para a encosta de trás e a minha vizinha diz que a casa de não sei quem está a arder, não sei quem é a senhora, mas estou a olhar para a casa quando a mesma rebenta numa bola de fogo, o gás explodiu e levou a casa com ele, apetece-me chorar profundamente por aquela pessoa que perdeu tudo. Nesta altura não tenho noção da dimensão da tragédia, de quantas vezes me apeteceria chorar por quem perdeu tudo. Mas na altura não choro, não choro porque não posso, há uma situação a resolver e chorar não a resolve.
Não há rede nos telemóveis, apenas o telefone de casa da minha vizinha funciona, não sei que raio de rede aquilo apanha mas teve sempre rede. Digo à minha mãe que avise a minha irmã que estamos bem, diz-me que não é capaz, agarro no telefone e percebo pela primeira vez que estou a tremer, ninguém viu, eu não disse a ninguém.

Telefono à minha irmã, digo que estamos bem e já não estamos em perigo, diz-me que lhe tire as filhas dali, mas não posso porque as estradas estão cortadas, por ela tínhamos saído, mal sabia ela que se o tivéssemos feito seriamos mais um numero na estatística da estrada.
As minhas sobrinhas não tem uma noção real do que aconteceu, observam o fogo ao longe sem terem noção de que ele já esteve tão perto.

Vou ao meu quintal e choro, choro sem que ninguém veja. Está tudo queimado, mal sabia eu o quanto ainda estaria queimado... Mas não há tempo para isto, não há tempo para chorar. Limpo as lágrimas e regresso, sou de novo a pessoa calma e forte que todos conhecem, estou de novo pronta a acalmar e a resolver situações.

Vemos uma ambulância do inem na encosta, algum tempo depois vemos bombeiros, não estão ao pé de nós estão nas encostas, não importa, são as nossas encostas e é um alivio tremendo vê-los lá.

O Bruno, a Paula e o meu vizinho voltam, os bombeiros assumiram e eles não tem água, não podem fazer mais nada. A casa que foram salvar não ardeu, conseguiram mais uma vez.

Vou por os pés em água, convencida de que os tenho queimados, não queria parar e fazê-lo mas a minha mãe não me deu hipóteses, meto-os na água e começo à procura das bolhas, das queimaduras do que quer que seja, mas não está lá nada, os meus pés estão pretos sim (tão pretos que demoraram mais do que um banho a voltar à cor normal), mas não tenho uma queimadura que seja, uma única bolha. Sorri, pela primeira vez no meio daquela loucura sorri. Eu sabia que Deus tinha estado sempre comigo, mas isto, isto é ainda mais do que eu estava à espera.

Não temos água mas os bombeiros estão na encosta, pensamos que podemos respirar fundo mas não dura muito tempo, o telhado de uma casa no inicio da nossa rua começa a arder, parece-nos estar mesmo no inicio e tentamos ir lá com escadas e baldes, mas assim que o meu vizinho sobe as escadas descobre que o mesmo já está todo a queimar por dentro. Precisamos dos bombeiros.

O Bruno corre à encosta a chamá-los, mas já não tem água, vão abastecer e só depois podem voltar.

De Lisboa saíram tios e primos que se meteram à estrada para tentarem vir buscar as minhas miúdas.
Vamos tendo noticias por mensagens que chegam de tempos a tempos quando a rede o permite, respondemos sabendo que as respostas demorarão a chegar. Dizemos que estamos bem, mas eles que tem televisão não acreditam, todos acharam que mentíamos.

Passam das 10 da noite, as meninas deitam-se no sofá para que possam dormir enquanto esperam que supostamente alguém as venha buscar, sou sincera, não acredito que alguém apareça, as estradas estão cortadas e desde as 17 horas que é suposto que alguém responsável pelas evacuações venha.

De vez em quando vou ao quintal, vejo as luzes dos bombeiros junto da casa que arde mas não tenho noção do que lá se passa, no entanto confio neles, se eles estão ali então está tudo seguro.

À meia noite a rede dá uma trégua e recebo mensagens, uma das minhas irmãs diz que minto e que vamos morrer todos e eu não quero dizer, a outra suplica-me que me meta à estrada porque já há 17 mortos, a mim apetece-me dizer-lhes que deixem de ser histéricas mas talvez também eu fosse histérica se estivesse a não sei quantos km impotente sem saber como salvar os meus.

À uma da manhã vou ver o que se passa na casa que arde, os bombeiros já saíram, foram chamados para outro lado e deixaram a casa em fogo baixo, subo os degraus de tijolo e espreito para dentro da casa, o fogo está longe de estar baixo, não vai demorar muito a voltar a pegar tudo.
São 1.08 da manhã quando ligo pela primeira vez para o 112, desde as 17h que combatemos incêndio e esta é a primeira vez que lhes ligo, a resposta que tenho é que se não estão lá meios é porque não há meios, explico que existe uma floresta atrás que ainda não ardeu e que se arder não teremos como travá-la, respondem-me que já muita gente perdeu a casa e até a vida e desligam-me o telefone.
Foi assim a noite toda, com pedidos de suplicas que não foram ouvidas, tenho a certeza que muitos dos nossos telefonemas não foram sequer passado a um comandante. Nenhum bombeiro de incêndio voltou ao local.

Desde as 23h que os meus tios e prima estão em Pedrogão Grande no posto de comando, mas não os deixam passar, desde essa hora que pedem ajuda para que alguém tire as minhas sobrinhas do local. Há 1h30 da manhã os bombeiros de Maceira assumem o risco e com a minha tia na ambulância a indicar o caminho, deslocam-se ao local. Ás 2h as minhas sobrinhas e a minha cadela são evacuadas, que aventura que elas acreditam ter vivido, andaram de ambulância e ainda levaram o cão. Os amigos nem vão acreditar. Como a inocência das crianças é maravilhosa. Quase às 5 chegam a Lisboa.

Quando foram buscar as crianças pedimos a uma outra ambulância ajuda para a casa que ardia, disse-nos que ia informar o comandante, não sei se o fez ou se no meio de alguma outra ocorrência se esqueceu mas a verdade é que ficámos ali, sentados à espera que eles chegassem.
De vez em quando parecia que ia chover, mas nunca chovia de verdade. E ali ficámos nós 5 gatos pingados a olhar para uma casa a arder (o meu vizinho, a Paula e os pais tinham ido combater o incêndio perto da própria casa) enquanto acompanhávamos as fagulhas e rezávamos para que se apagassem no ar sem chegarem nunca aos nossos telhados.

Às 3 da manhã começamos a ouvir pequenas explosões, inicialmente pareciam-nos vir da casa a arder, mas não conseguíamos imaginar o que ainda haveria ali para explodir, quando fomos investigar descobrimos que não era ali, a casa colada a essa estava a arder. É uma casa que estava a ser recuperada e que na sua recuperação foram usados materiais bastante inflamáveis, madeiras, espumas, esferovite. Ligámos 112, suplicámos que entendessem mas não vinham. não ouviam, não queriam saber, desligaram várias vezes o telefone.

Às 4 da manhã comecei a sentir o coração na boca e aquele aperto de quem não consegue respirar, não me podia dar ao luxo de falhar, não ali, não agora, fui até minha casa e ai fiquei no sofá, a respirar fundo, a tentar regular o ritmo cardíaco. A minha mãe foi ver de mim, queria por que queria chamar uma ambulância, recusei, disse-me que se chamássemos uma ambulância talvez viesse um carro de incêndio também, acedi.

Comecei a pensar no que fazer se tivesse que sair dali, sabia que tinha o coração a rebentar, que era só ansiedade mas não conseguia regular nada, o sentimento de impotência é o pior sentimento do mundo.
Se saísse tinha de levar a minha vizinha comigo, ela era a única que não entendia que se o fogo chegasse aos pinheiros não poderíamos fazer nada a não ser fugir. Obriguei o meu pai a deixar o carro preparado para uma fuga e comecei a respirar, mas não adiantava, o nó nos pulmões não desaparecia, como se o ar nunca fosse suficiente.

Fui com a minha vizinha e o Bruno ao inicio da aldeia, talvez algum carro dos bombeiros estivesse ali e pudesse acudir as casas, não se via ninguém, parecia uma aldeia fantasma. Ao inicio da vila vimos algumas pessoas a regressar, iam contando o que tinham visto e sabiam, nem sequer sei de onde vinham.

A ambulância parou ao meu lado a perguntar se sabia onde era a minha própria rua, mandei-os para lá, sabia que estavam ali por minha causa, mas precisava que vissem o que ardia, precisava que talvez eles pedissem ajuda.

Comecei nesta altura a racionalizar como levar a minha vizinha comigo, começámos a regressar a casa e a ambulância voltou, parou já sabiam que era por mim que estavam ali,  Mandei o Bruno de volta a casa e pedi à vizinha que ficasse comigo, na avaliação o bombeiro não entendeu muito bem como é que eu estava a andar e a falar, o ritmo cardíaco estava muito mas muito acima do normal, perguntou-me se era desportista, não sou, mas dizem que tenho um bom coração, talvez isso suporte um elevado ritmo cardíaco.
Fui levada para o posto médico, não sem antes ter um ataque de choro por ter de deixar os meus pais ali, nem sem antes os fazer jurar a pés juntos que sairiam se o fogo chegasse aos pinheiros. Nunca chegou.
E ali ficaram eles até às 6 da manhã a olhar para duas casas a arder, até a combustão das mesmas começar a diminuir lentamente.

No posto, recebi medicação, oxigénio, descobri que a pele das minhas costas tinha saltado e comecei a ouvir as histórias terríveis, longe muito longe de imaginar a tragédia que seria revelada com o nascer do dia.
Lá pelas 5 e tal da manhã fomos para a santa casa, dormir um pouco diziam eles, ninguém dormiu, ninguém conseguia tirar da cabeça as imagens que viveu, ninguém conseguia ficar sem saber dos seus. Passei o tempo a enviar mensagens para a minha mãe, a ligar para o numero da vizinha (e que eu a obriguei a deixar com o Bruno) que magicamente sempre tinha rede, sempre sem saber se me diziam a verdade ou se me mentiam para acalmar.
Aqui ouvi duas histórias que nunca mais me sairão da cabeça, não são minhas e por isso não as contarei, mas sempre que penso nelas, relembro-me a sorte que tive e tenho.
Passaram por lá psicólogos mas ainda não havia muito a fazer, ninguém ainda tinha interiorizado a tragédia que tinha acontecido.

As 8 da manhã o meu pai foi-me buscar, no caminho fui percebendo que tudo estava queimado, não havia floresta, nenhuma floresta.
Já em casa fui às casas vizinhas procurar animais feridos, não achei, apenas esfomeados, alimentei-os.
Comecei então a racionalizar que precisava de sair, tinha de voltar a Lisboa antes que cortassem outra vez as estradas.
Eram 9 da manhã, estava novamente um calor horrível  e eu sabia, sabia dentro de mim que o fogo ainda não tinha consumido tudo o que tinha para consumir, não imaginei que ainda hoje estaria activo, mas sabia que não seria no domingo que ele seria apagado.

Saímos às 11 e tal de lá, com um aperto no peito de deixar os vizinhos mas a certeza que se não saíssemos naquela altura, ou não saiamos mais naquele dia ou seriamos apanhados pelas chamas em alguma parte do caminho.

Fiquei sem videiras, sem árvores de fruto, sem oliveiras, sem a cerca do quintal que não será reposta num mês, em dois e se calhar nem sequer num ano, fiquei sem as amoras que comia enquanto corria na floresta, fiquei sem a floresta que me acolhia sempre que me apetecia.
Mas estou viva, estamos vivos, salvamos a casa e tudo isto é mais do que muitos podem dizer.

Perguntam-me muitas vezes como me sinto, este é o melhor exemplo que vos posso dar.
Na terça feira olhei para as moedas que tinha na carteira e pensei: "não preciso de por o euro milhões, eu já ganhei o euro milhões"
É assim que me sinto... Sortuda e muito muito abençoada.

Obrigada meu Deus! Por tudo.. Sempre...



sexta-feira, 31 de maio de 2019

Tu consegues...

Tens que acreditar que consegues, que és capaz, que vai dar certo.
Não adianta de nada eu estar aqui a dizer que acredito em ti e que sei que tu tens a força de um leão dentro de ti se tu não acreditares.
Não posso ser eu a levantar-me por ti de manhã e a ir à luta, não posso ser eu a limpar-te as lágrimas e a usá-las para vencer.
Quero lá saber se o mundo duvida das tuas capacidades, quero lá saber se o mundo acha que não és capaz de vencer, quero lá saber se o mundo se sentou na primeira fila para te ver cair.
Eu sentei-me na primeira fila para te ver vencer, eu acredito nas tuas capacidades, eu sei que tu podes vencer.

Nós não sonhamos para que a noite seja mais bonita, nós sonhamos para que depois possamos tornar os sonhos realidade, nós sonhamos para nunca nos esquecermos que o céu é o limite, nós sonhamos para ter forças para seguir em frente.

Então agarra nesses teus sonhos e usa-os como meta, limpa essas lágrimas, perde esse medo e segue em frente, vai à luta, acredita que é possível, acredita que és capaz.
Vou-te contar um segredo, o mundo inteiro pode não acreditar mas se tu acreditares ninguém te consegue parar, vais cair, tropeçar, falhar algumas vezes mas se acreditares vais-te levantar sempre mais forte, com mais coragem, com mais força, com mais determinação e quando menos esperares, puff, chegaste ao topo do mundo, venceste, realizaste um sonho e estás pronta para perseguir outro, para continuar a traçar novas metas, para continuar a vencer.

Então vá lá, vence essa inércia que se apoderou de ti, lista os objectivos, traça os planos, calça os sapatos e faz-te à vida.
Vais conseguir, se acreditares em ti, eu juro que vais conseguir.

Espero por ti no topo da montanha.


quinta-feira, 30 de maio de 2019

Paulo Coelho - Ser como o rio que flui

O livro é composto por vários textos que o autor foi escrevendo ao longo dos anos e acabou por juntar num livro.
Os textos são diversos e variam entre pensamentos, trivialidades, lendas e opiniões.
Em quase todos há uma lição a tirar, uma frase que nos faz pensar e uma ou outra que nos arrancam sorrisos.
E ao contrário do que possa parecer por ter textos tão variados não é um livro pesado, pelo contrário é muito fácil de ler e perceber, gostei.



"Tento nunca pensar em quem sou"

"Não tenho perguntas nem respostas, vivo por inteiro no momento presente."

"Quando algo indesejável crescer na minha alma, peço a Deus que me dê a mesma coragem para arrancá-lo sem nenhuma piedade."

"Uma acção é um pensamento que se manifesta."

"Um guerreiro da luz, depois de cumprir o seu dever e de transformar a sua intenção num gesto, não precisa de temer mais nada: ele fez o que devia. Não se deixou paralisar pelo medo - mesmo que a flecha não atinja o alvo, ele terá outra oportunidade, porque não foi cobarde."

"Aprende a suportar algumas dores, porque elas farão de ti uma pessoa melhor."

"Corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente mau, mas importante para nos manter no caminho da justiça."

"Presta sempre atenção àquilo que acontece dentro de ti."

terça-feira, 28 de maio de 2019

Hoje:

Às vezes passamos tanto tempo a lutar pelo que queremos que nos esquecemos de dar valor ao que já conquistamos.

Hoje pára a tua luta e aproveita as tuas conquistas,
Hoje olha à tua volta e aproveita para agradecer tudo o que já tens.
Hoje abraça os que te amam e que te acompanham todos os dias nessa tua jornada.

Hoje pára, respira, aproveita.
Sente o sol bater-te na cara, deixa as preocupações para amanhã e limita-te a estar grata, a fazer os outros sentirem essa tua gratidão.
Deixa o computador e senta-te no chão da sala a brincar com a tua filha,
Esquece a comida congelada e vai para a cozinha com a tua mãe,
Deixa o livro de lado e conversa abraçada com o teu marido.

Hoje esquece as lutas, os objectivos, os planos e as futuras conquistas.
Hoje desfruta apenas do que tens, dá valor ao que te rodeia, deixa-os sentirem-se amados.

Hoje tira o dia para os teus.
Às vezes eles também precisam de ti!


segunda-feira, 27 de maio de 2019

Emma Mclaughin e Nicola Kraus - Diario de uma Nanny

São os bens materiais que damos aos filhos que nos tornam boas mães ou é a atenção, o carinho e o amor?
Seremos dignas desse nome se não sabemos o nome do melhor amigo do nosso filho? Ou se nunca o abraçámos durante uma crise de febre?
Seremos realmente mães se quem cuida do nosso filho é sempre outra pessoa que não nós?

O livro foi escrito por duas antigas amas que trabalharam para algumas das famílias mais ricas de Nova Iorque e descreve mais ou menos o dia a dia de uma ama.
Chega a ser revoltante a falta de atenção que as mães dão aos filhos e a forma como mesmo assim se julgam as melhores mães do universo.
Enfim, um livro que devia ser lido por algumas mães para acordarem para a vida, ou melhor, para os filhos. Há mães que são menos que amas e há amas que são mais que mães..

Já deu na tv um filme inspirado neste livro, mas muitas partes do livro não aparecem no filme e o final do filme é bem diferente do final do livro.



"- Tem namorado?
 - Não, não tenho encontrado nenhum que não dê mais trabalho do que aquilo que vale."

"Será que haverá alguma ocasião em que não fiques sem palavras?"

"Apenas estúpido por associação."

"A vida é que é a nossa escola."

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Vive!

Porque adias os teus sonhos para amanhã se nem sequer sabes se o amanhã vai chegar?
Porque deixas a felicidade para depois se o depois nunca é garantido?
Porque usas o tempo como desculpa se na verdade não sabes quanto tempo tens?

Pára de adiar o que queres fazer, pára de deixar as coisas para depois.
Vive o hoje, aproveita cada momento como se fosse o último - porque na verdade pode realmente ser o último.
Mata as saudades dos amigos que não vês à tanto tempo porque estão sempre todos muito ocupados, vai ao teu restaurante favorito, diz às pessoas que as amas, estabelece metas, realiza sonhos.

A vida é muito mais curta do que aquilo que desejamos, então vive-a, vive-a sem medo, sem arrependimentos, sem pensar no que teria acontecido se tivesses tido a coragem de fazer o que querias fazer.

Vá lá, arrisca-te a ser a pessoa que sempre quiseste ser.
Arrisca e sê feliz!


quinta-feira, 23 de maio de 2019

Jose Rodrigues Dos Santos - O setimo selo

Eu sei que as pessoas se esquecem, mas só temos um planeta e está na hora de cuidarmos deles.

O primeiro livro que li do José Rodrigues dos Santos foi "A filha do capitão", há muitos anos - tantos que nem me recordo da história - e lembro-me que na altura gostei muito. Tendo isso em conta e o enorme sucesso do autor, tinha grandes expectativas para este livro, mas fiquei desiludida.

O livro começa de um forma fantástica e rapidamente fiquei presa à história e a querer saber o que vem a seguir, o problema é que o autor perde-se nas explicações e o livro acabou por se tornar demasiado cansativo.
A personagem principal é – supostamente – uma pessoa culta e por isso não faz sentido absolutamente nenhum que precise que lhe expliquem a mesma coisa 3 vezes, a mesma coisa é explicada tanta vez que acaba por se tornar aborrecido.
Eu entendo que o autor queira escrever para um público vasto mas nesse caso criava uma personagem menos culta, para que as repetidas explicações fizessem sentido.
Se eu pudesse retirar todas as páginas de explicações repetidas (que deve ser quase metade do livro), este seria sem dúvida um livro excelente, a história é boa, está bem desenvolvida e queremos saber o desfecho, o problema é que não lhe podemos retirar páginas e por isso em vez de ser um livro muito bom, é apenas um livro mais ou menos.

 A história vira à volta dos interesses do petróleo e do aquecimento global (e é incrível como continuam a ser assuntos tão actuais e o livro continua a fazer tanto sentido).



"Prolongamos a vida e a partir de um certo limite, começamos a vegetar."

"As cifras decifram-se, os códigos descodificam-se."

"Tjukurpa" - Quer dizer tempo de sonho (não me lembro em que língua).

terça-feira, 21 de maio de 2019

Há lutas que não se podem ganhar...

Às vezes por mais que custe temos que aceitar que o amor não chega, temos de deixar partir, fechar a porta, dar a história por encerrada.
Às vezes temos de saber perder para que possamos ganhar, de que nos adianta ficar presa a uma história que nunca terá um final feliz? De que nos adianta bater numa tecla que sabemos há muito que está partida? De que nos adianta que aquela pessoa esteja se na verdade não quer estar?

Mereces alguém que te ame por inteiro, que se doe na mesma proporção que tu o fazes, mereces alguém que olhe para ti como se o resto do mundo não existisse e que se sinta feliz só por saber que estás ali.
Mereces alguém que te aceite com todos os teus defeitos, que não tente mudar-te ou sujeitar-te ao que ele considera ideal.
Mereces alguém que te respeite em todos os momentos e não apenas de vez em quando.

Aceita que há lutas que não se podem ganhar, aceita que chegou a hora de colocares um ponto final nessa história vazia de felicidade, aceita que chegou a hora de te amares a ti em primeiro lugar e de exigires ser amada na mesma medida.

Eu sei que dói e que custa, eu sei que ainda tens dentro de ti tantos sonhos que sonhaste com ele e que te custa desistir de os realizar, eu sei que o peito se aperta quando imaginas a tua vida sem ele, que te falta o ar ao saber que nunca mais verás aquele sorriso ou que aquele brilho que ele traz no olhar nunca mais será para ti ou por ti.
Mas confessa-me, quantas vezes te sentiste sozinha mesmo estando ele ao teu lado? Quantas vezes choraste por saber que o amor dele há muito deixou de existir? Quantas vezes disseste a ti mesma que o amor não se pede e logo a seguir foste pedir-lhe um pouco de atenção?

Mereces mais, mereces muito mais.
As histórias de amor só o são quando o amor existe dos dois lados, quando os sonhos e os planos são feitos a dois. Não és uma boneca que se pode por e tirar da prateleira sempre que lhe apetece, não és e não podes ser.

O mundo continua a girar mesmo quando temos o coração completamente partido, mesmo quando achamos que nos perdemos em mil pedaços e que nunca voltaremos a ficar inteiras.
O mundo continua a girar e tu tens de girar com ele, porque algures no teu caminho estará a pessoa certa, aquela que te amara de uma forma completa, sem mas nem porquês e apenas porque sim.

Então liberta-te dessa história que te prende e te deixa mais triste do que feliz, faz o luto por esse amor que há muito deixou de te completar, abre mão dos sonhos e dos planos que no fundo sabes que nunca irão acontecer e coloca-te como prioridade numa relação onde sempre foste apenas a opção.

Bate com a porta e vai ser feliz.
Custa, custa muito. Mas custa muito mais continuares a anular-te e a deixares de ser quem és.
Custa é verdade, mas não te custa quando te olhas ao espelho e vês que és uma sombra do que já foste?
O amor não tira o brilho, pelo contrário, faz-te brilhar ainda mais.
Então deixa a tua estrela voltar a brilhar, confia em ti, liberta-te das amarras mesmo que isso significa atirares o teu coração ao chão e chorares duas semanas seguidas, dois meses ou dois anos.

No fim vais descobrir que o sol continua a brilhar e que mais vale só do que mal acompanhada...
Vai ser feliz!


segunda-feira, 20 de maio de 2019

Souad - Queimada viva

E quando aqueles que nos deviam proteger são os mesmos que nos querem ver morta?
Quando a religião é distorcida ao ponto de o amor ser substituído pelo ódio?
Quando a vida humana vale menos do que a reputação de alguém?

É surreal saber que estas histórias não só são reais como continuam a acontecer nos dias de hoje.

Na Cisjordânia as mulheres simplesmente não têm direitos, não vão à escola, são tratadas como escravas pelos pais e posteriormente pelos maridos, levam tareias enormes de ambos, não podem olhar nem falar com um homem, são consideradas apenas um objecto, uma propriedade. E para elas isso é normal, é a única realidade que conhecem, elas não sonham que existe um mundo à parte, um mundo onde as mulheres têm direitos, um mundo onde levar tareias e ser escrava não é e não pode ser considerado normal.

Este livro chocou-me a todos os níveis, não consigo perceber como se criam homens para ser monstros.. Souad cometeu um "erro", o de se apaixonar e engravidar sem estar casada, por isso foi queimada viva e grávida, sobreviveu e conta a sua história.

Um relato impressionante e doloroso, que nos faz agradecer por termos nascido num país minimamente civilizado.



"Tinha medo desta vida e ninguém compreendia isso."

"Não podemos esquecer a nossa própria morte."

"Agora protege-me. Se não me protegeres não és um homem."

"O que ele faz com o meu corpo não é importante, é com a cabeça que eu o amo."

"Vou morrer. Não importa. Talvez já esteja morta."

"Impedi-la de morrer é uma coisa, ajudá-la a renascer é outra."

"O sorriso é uma forma de oferecer felicidade aos outros, mas não necessariamente a minha."

"Há algo que se quebrou em mim e, muitas vezes, as pessoas não se apercebem porque sorrio sempre por delicadeza, por respeito pelos outros."

"É muito bonito dizer «quero morrer». E os outros?"

"À força de querermos esquecer, acabamos por esquecer de facto."

"Eu estava morta na minha cabeça, tinha água em vez de ideias, não sabia o que fazia."

"Não tinha nada na cabeça, apenas medo."

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Tudo começa na mente!

E às vezes vais na rua e de repente sentes o coração a bater num ritmo frenético, as mãos começam a suar frio, o cérebro desenrola um novelo de pensamentos que não fazem sentido nenhum e de repente parece que o mundo vai acabar e que vais morrer ali.
E porquê? Porque é que de repente coisas que eram tão fáceis de fazer passaram a ser grandes desafios? Porque é que acções que nem implicavam pensar de repente parecem monstros assustadores?
O cérebro é uma coisa complicada e por vezes gosta de se complicar ainda mais.

Todos sabemos que não dá para apagar memórias, não podemos simplesmente querer esquecer algo - até porque sempre que queremos esquecer algo, estamos na verdade a lembra-lo, a aumentar a sua intensidade e a criar novos sentimentos e pensamentos à volta dessa memória.
Então o que podemos fazer para vencer o cérebro? Como podemos voltar a ser donos da nossa mente em vez de ser ela o nosso dono?

Simplesmente questionando-a.

Se vão na rua e de repente entram em pânico com medo de ser atropelados, parem e comecem a questionar a vossa mente (não parem se tiverem no meio da estrada, óbvio).
Conversem com ela - não, não fiquei louca - perguntem-lhe de que tem medo se não vem nenhum carro, perguntem-lhe porque se assusta se o sinal está verde, perguntem-lhe que sentido faz tudo aquilo. E por muito que vos pareça absurdo a mente responde-vos, vocês vão-se aperceber que de repente vão pensar coisas como "todos os dias morrem centenas de pessoas atropeladas" e é nesta altura que tem de continuar a batalhar com a vossa mente: "é verdade, mas nós não vamos ser uma delas porque temos cuidado a atravessar a estrada", "sim eu sei, mas eu nunca atravesso se vier lá um carro".
Ao responder à vossa mente estão a criar novos pensamentos, sentimentos e memórias à volta daquela emoção assustador e aos poucos o vosso cérebro vai começar a abrir as janelas certas e o pânico vai começar a ir embora.

É claro que não acontece de um dia para o outro, é claro que terão muitas crises, até porque é muito difícil questionarem-se nos 5 segundos iniciais de uma crise e é aqui que tem que o começar a fazer, mas aos poucos conseguem e aos poucos vão vencendo o medo e vão voltando a ser os autores da vossa história.

Desafio-vos todos a fazer isto, seja com um ataque de pânico, seja com uma crise de ansiedade por antecedência (acontece tanto não é verdade, sofrer por antecedência?), seja com pensamentos negativos.
É sempre possível refutar a nossa mente, é sempre possível criar novas formas de pensar e de lidar com as coisas.
E sejamos sinceros a vida já nos apresenta tantos dramas e problemas não queremos realmente que a nossa mente seja mais um pois não?
Então dediquem-lhe tempo, destruam-lhe as bases do medo e do preconceito, cuidem da vossa mente da mesma forma que gostam de cuidar do vosso corpo. Não vos adianta de nada, ter um corpo são se a mente não o estiver.



Para quem quiser aprofundar este tema e para quem quiser aprender mais sobre como refutar a mente e como criar janelas saudáveis, recomendo pelo menos dois livros "revolucione a sua qualidade de vida" onde é tudo explicado por a + b e o "armadilhas da mente" que embora tenha muita psicoterapia tem um bocadinho de romance o que ajuda à leitura. São ambos do Augusto Cury.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Maria João Lopo de Carvalho - Adopta-me

E quando ninguém quer saber?
Quando passamos a ser invisíveis e já ninguém quer perder tempo a tentar mudar o mundo?
Quando a burocracia engole os sonhos ou quando a realidade nos cria carapaças que nos roubam a humanidade?

Este é daqueles livros que me conquistou completamente, não pelo romance paralelo que o livro nos conta - porque ai confesso que o achei completamente dispensável - mas sim porque nos mostra a dura realidade de algumas coisas que partimos do principio que são básicas e fáceis de resolver.

A personagem do livro é uma vereadora da Câmara de Lisboa, que nos vai mostrando algumas realidades dos bairros problemáticos da capital, como por exemplo a enorme burocracia que é necessária para fornecer uns meros cortinados a uma escola - algo que me deixou de boca aberta - ou como muitas vezes as crianças deste bairro são deixadas à sua sorte, sem ninguém que se interesse por elas, sem ninguém que se preocupe de verdade, que lhes mostre o rumo, que lhes diga que o futuro existe e pode ser risonho.

Um livro que nos faz pensar e ver além da nossa "bolha" e nos mostra problemas que nem sabemos que existem.
Recomendo muito.


"Os homens podem não ser todos uns cabrões."

"Há contas que se fazem com o coração."

"Falo com o coração, que é a unica maneira que tenho de me safar. Na minha ingenuidade, acredito que também quem ouve, ouve com o coração."

"A vida é uma idade quase toda feita de espaços em branco."

"Ou me perco aqui ou fujo daqui. Por uns tempos, preciso de recuar, preciso de ir ver outros caminhos. Preciso de um campo aberto para as lágrimas, preciso da distância de um lugar secreto, de uma memória, se calhar da distância de uma oração. Preciso de me ir embora daqui."

"Ser criança cansa... Ser adulto cansa muito mais."

"Tenho de aprender a blindar-me. Isso aprende-se? Onde?"

"O tempo não se controla."

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Jodi Picoult - Para a minha irma

Não há maior amor no mundo do que o amor de um pai por um filho.
Mas e quando para salvar um temos de fazer sofrer outro?
Será justo?

O livro fala-nos de um casal perfeitamente normal com dois filhos saudáveis e que um dia recebe a terrível noticia de que a filha tem leucemia. Depois de ponderarem as opções, eles decidem ter um terceiro filho (Anna) para usar as células do cordão umbilical no tratamento da filha doente. No entanto as coisas não correm bem e durante anos Anna é sujeita a procedimentos médicos para ajudar a manter a irmã viva. Um dia ela decide que já chega e coloca os pais em tribunal de forma a que seja ela - e só ela - a decidir se quer ou não ajudar a irmã..

E é aqui que todos ficamos divididos..
O que faríamos se estivéssemos no lugar dos pais de Anna? É justo usar uma criança vezes e vezes sem conta sujeitando-a a procedimentos arriscados para salvar outra? Mas será justo não a usar e deixar morrer a outra filha?
Uma daquelas histórias que nos deixam com um nó no estômago porque não existe o certo e o errado e nenhum pai gostaria de estar nesta situação.

O livro é simplesmente fantástico e recomendo muito.


"Se os extraterrestres viessem à terra hoje e observassem com atenção porque é que os bebés nascem, chegariam à conclusão que a maioria das pessoas têm bebés acidentalmente, ou porque bebeu demais numa determinada noite, ou porque os anticoncepcionais não são 100% eficazes, ou por milhares de outras razões que na realidade não são lisonjeiras."

"Sem ti não consigo saber quem sou."

"Eu levo-a comigo, para onde quer que vá."

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Marta Gautier - Tanto que eu não te disse!

E quando nada faz sentido?
Quando sair da cama é uma coisa tão difícil como escalar uma montanha?
Quando sorrir exige um esforço sobrenatural?
Quando é suposto sermos felizes e não somos?

Este livro conta-nos a história de uma mulher depressiva e a forma como encara a sua vida e as suas dificuldades.

Li este livro duas vezes em alturas completamente diferentes da minha vida. Em nenhuma das duas me consegui sentir cativada, nem pela história, nem pela escrita e nem pela personagem.
Vi imensas criticas positivas depois de o ter lido pela primeira vez, criticas que o consideravam como "uma viagem aos tormentos da mente humana" e pensei que talvez o problema fosse eu, talvez eu fosse muito prática e pragmática para entender o objectivo do livro e por isso anos mais tarde dei-lhe uma segunda oportunidade e voltei a reler, mas o sentimento foi o mesmo. Não consigo sentir empatia com a personagem, não consigo ver nela uma depressão crónica, olho para a personagem e só consigo ver aquelas pessoas que reclamam com tudo e que nunca estão satisfeitas e que culpam o mundo inteiro pelos seus próprios fracassos.
Apesar disso o livro tem frases muito boas que me fazem sentir que apesar de não gostar de mais nada nele, ele vale a leitura.

Alguém por ai já leu? Que opinião tem sobre ele?



"Amas-me? Se me amas estás doente, porque eu não sou nada. Juro que não te faço feliz. Se gostas de mim, és estúpido."

"Os teus olhos são perversos, disfarçados de cordeiros, não passam de lobos a devorar-me a liberdade"

"Levanta essa cabeça, mexe essas pernas e segue a tua estrela"

"Que dor não estares aqui para me aquecer. Saudades do teu riso"

"Desencontros permanentes que vão pesando sobre mim"

"Acredito no amor [...] No dia em que deixar de acreditar posso enlouquecer!"

"Hoje não quero ser louca"

"Amar é reconhecer o outro como diferente e não como um prolongamento de nós mesmos"

terça-feira, 7 de maio de 2019

Tu...

Tu que travas batalhas todos os dias,
Tu que enfrentas dragões,
Tu que que tens o coração partido e te esqueceste do sabor da felicidade,
Tu que há muito deixaste de sorrir,
Tu que tens sempre uma palavra amiga para os outros mas te esqueceste de ti,
Tu que te levantas todos os dias de manhã sem saber porque o continuas a fazer,
Tu que te sentes perdida e sem saber por onde seguir,
Tu que finges sorrisos quando tudo o que realmente queres é esquecer o mundo e desaparecer,
Tu que já pensaste tantas vezes no fim,
Tu que mesmo com o mundo virado de pernas para o ar sorris sempre para a velhota da esquina,
Tu que tentas fazer sempre o teu melhor mesmo quando ninguém o reconhece,
Tu que pensas em todos mesmo quando se esquecem de pensar em ti,
Tu que há muito te esqueceste do teu valor..

Este texto é apenas para te relembrar do teu valor, para te dizer que o teu sorriso é o mais bonito do mundo, que o brilho do teu olhar quando estás feliz é capaz de iluminar uma sala inteira, que o teu abraço é capaz de aquecer o coração mais frio.
É apenas para te relembrar que mereces o mundo e que tens capacidades para o conquistar, que consegues tudo se nunca desistires de tentar.
Este texto é apenas para te agradecer pelos teus esforços por um mundo melhor, por dares tudo de ti mesmo quando achas que ninguém está a ver.
Este texto é só para te relembrar que mereces o mundo.
Nunca desistas, és uma pessoa maravilhosa..


segunda-feira, 6 de maio de 2019

Dorothy Koomson - A filha da minha melhor amiga

Uma vida quase perfeita, um namorado que amamos e que nos ama, uma melhor amiga que nos completa, planos para o futuro que de repente mudam totalmente.

O que faríamos se descobríssemos que a filha da nossa melhor amiga, aquela menina que tanto amamos, é na verdade fruto de uma noite da nossa amiga com o nosso namorado?
Como reagiríamos à traição? E se dois anos depois de virarmos costas aos dois e os apagarmos da nossa vida descobríssemos que a nossa melhor amiga está a morrer e ela nos pedisse para adoptar a filha dela? Conseguiríamos lidar com os fantasmas do passado?

Um excelente livro que mostra que não adianta fugir dos problemas, eles vão connosco para onde quer que se fuja, e que há pessoas que aconteça o que acontecer, nunca deixaremos de amar.


"Sorriu porque vocês são meus irmãos e riu porque nada podem fazer para evitá-lo."

"Andava cansada à tanto tempo que já nem me lembrava desde quando, pelo menos com exactidão."

"Por mais que dormisse, estava sempre cansada. Visceralmente cansada."

"Não acreditei. Não, não é verdade. Eu acreditei, só não compreendi. Não compreendi porquê. Nem como. A mim não."

"Eu chorava, soluçava e gemia. Sim, gemia. Fazia um barulho medonho enquanto me desfazia num milhão, num trilião de pedaços."

"Cada aniversário é um bónus."

"A porta estava entreaberta e não se queixou quando eu a empurrei devagarinho. Não bati. Nunca batia a uma porta já aberta. Pois, para mim isso queria sempre dizer «entre, não é preciso bater»."

"Ela sempre tivera mais estilo do que juízo."

sexta-feira, 3 de maio de 2019

A lista!

Faz uma lista.
Não uma lista das coisas que tens para fazer hoje ou amanhã, mas uma lista das coisas que tens para fazer ao longo de toda a tua vida.
Faz uma lista de sonhos, de desejos, de planos, de metas.
Faz uma lista de tudo o que sonhas alcançar, de tudo o que queres fazer.
E escreve as coisas mais simples e ridículas assim como as mais complexas e aparentemente impossíveis.
Este ano queres ler 50 livros, escreve.
Queres muito ver aquele livro especifico ou aquele filme, escreve.
Sonhas atingir um milhão de seguidores no teu blog? Escreve.
Queres muito ir ao Brasil, ter aquela casa gigante de dois pisos e 7 quartos, comprar um carro novinho? Escreve.

Escreve tudo o que gostarias de fazer e depois começa por realizar as coisas mais simples, aquele livro que queres ler, aquele filme que queres ver, aquela amiga que queres abraçar e vai vivendo sem dramas nem pressões para conseguires fazer o resto da lista porque um dia chegas lá e eu estou-te a pedir que a faças por um único motivo.
Para que nunca te esqueças que ainda há razões para continuar, para seguir em frente, para vencer mais um dia.
Ainda há metas e planos para realizar, ainda há sonhos para concretizar, ainda há muito para fazer.

Por isso faz a lista e nos dias em que as coisas te parecerem realmente más, pega nela e recupera todos os sonhos que ali escreveste, ganha forças para continuar a sonhar e a tentar realizar, volta a acreditar em ti e no mundo e bora lá que o caminho é em frente.

E todos os anos pega na tua lista, congratula-te pelo que tiveres conseguido realizar, tira as coisas com as quais já não te identificas e acrescenta todos os novos sonhos que tiveres mas nunca nunca tires um sonho por parecer muito impossível de se realizar, na vida tudo é possível, basta acreditares!


quinta-feira, 2 de maio de 2019

Corinne Hofmann - Casei com um massai

Corinne é uma empresária Suiça que numas férias ao Quénia se apaixona por um Massai e que quando regressa ao seu pais decide vender tudo para regressar ao Quénia e procurar o seu Massai.
Começam aqui uma série de aventuras...

Para mim este livro é a prova de como o amor afecta a cabeça de uma pessoa.
Esta mulher deixou tudo para viver no meio do mato com o homem que amava, sem luxos e muitas vezes sem comida, tolerou coisas que me irritaram só de as ler e só desistiu quando o amor acabou.
Não consigo decidir se o livro é uma prova de amor ou de loucura (embora ache que o amor em si tem sempre uma dose de loucura) mas a verdade é que mesmo depois de acabarmos o livro queremos saber o que se passou a seguir e como é que ela retomou a sua vida.
Vale a pena ler, porque o amor está sempre pronto a enfrentar as barreiras.



"Tudo se pode aprender."

"Vivo vazia perante mim própria."

terça-feira, 30 de abril de 2019

Deixem as crianças serem crianças!

Deixem as crianças brincar com bonecos, saltar à corda, jogar à bola.
Ensinem-nas a jogar ao elástico, ao galo e ao pião.

Digam-lhes para convidar as amiguinhas e façam "colégios" de nenucos em casa, deixem-nas espalhar os brinquedos pela sala (ensinem a arrumar no fim da brincadeira). Saibam os nomes dos amigos dos vossos filhos.

Joguem à macaca, levem-nas ao parque infantil.
Deixem-nas trepar as árvores, esfolar os joelhos, brincar na lama.

Jantem ao mesmo tempo que eles, perguntem-lhes como foi o dia, ajudem-nos a fazer os trabalhos de casa, transformem a hora do banho numa altura de festa.

Contem histórias para dormir, dêem-lhes beijos de boa noite, aconcheguem-lhes os lençóis, desejem sonhos cor de rosa, azuis, verdes e das cores do arco íris.

Deixem as crianças serem crianças, sem estarem horas enfiadas em frente à televisão para que os pais possam descansar, sem lhes enfiar um tablet na mão para que os pais possam responder às mensagens, sem os mandar calar porque estão ao telefone, sem os fazerem jantar sozinhos porque ainda há tantas tarefas por fazer, sem os confinarem a brincar apenas no quarto porque o resto da casa não é para desarrumar.

Elas crescem tão rápido, vão ter tanto tempo para ser adultos e terem "problemas de crescidos", esta é suposto ser a altura mais feliz da vida deles, onde podem ser despreocupados, sem pensarem nos dramas do mundo. Então deixem os vossos filhos serem crianças, sejam crianças com os vossos filhos!


segunda-feira, 29 de abril de 2019

Brian Weiss - Só o amor é real

Já vos aconteceu olharem para alguém e sentirem que conhecem aquela pessoa de algum lado, mesmo que nunca a tenham visto na vida?
Já sentiram uma ligação que vai para além da lógica?
Um amor que parece ter sido à primeira vista?

Brian Weiss é um famoso psiquiatra norte-americano especialista em regressões a vidas passadas; ele acredita que muitos dos nossos traumas nesta vida estão relacionados com acontecimentos que vivemos em outras vidas e mais importante, ele acredita que todos temos almas gémeas e que as vamos encontrado ao longo de várias vidas.
Os pais, os irmãos, os amigos, os amores, segundo Brian Weiss,  esta não é a primeira vez que vivemos e gostamos de certas pessoas..
Este livro fala de algumas regressões e de pessoas que descobriram que a pessoa que amam nesta vida, já as acompanha há várias vidas...
Brian Weiss faz-nos acreditar em finais felizes, afinal se não for nesta, teremos sempre outra vida para tentar :)


"O destino dita o encontro entre almas gémeas. Encontra-las-emos. Mas o que decidimos fazer após esse encontro cai no campo da livre escolha. Uma escolha errada ou uma oportunidade desperdiçada pode conduzir a incrível solidão e sofrimento."

"Há sempre alguém especial para cada um de nós. Frequentemente existem dois ou três, ou mesmo quatro. Provêm de diferentes gerações.Viajam através dos oceanos do tempo e das profundezas das dimensões celestiais para estarem novamente connosco. Vêm do outro lado, do céu. Estão diferentes mas o seu coração reconhece-os. Coração esse que os teve nos braços de que então dispunha... Estão unidos pela eternidade e nunca estarão sós.
A sua cabeça pode dizer: «Mas eu não o conheço». Mas o seu coração sabe que não é assim.
Ele pega-lhe na mão pela primeira vez, e a memória do seu toque transcende o tempo e perturba profundamente todos os átomos do seu ser.
Ela olha-o nos olhos, e você vê nela uma alma que foi sua companheira através dos séculos. O seu estômago revira-se. Os seus braços ficam arrepiados. Tudo o que é exterior a este momento perde importância.
Ele pode não a reconhecer, mesmo que finalmente se tenham encontrado de novo, mesmo que você o reconheça. Você consegue sentir o laço da união. Consegue ver o potencial, o futuro. Mas ele não. Os seus medos, o seu intelecto, os seus problemas mantêm um véu sobre os olhos do seu coração. Ele não a deixa ajudá-lo a remover esse véu. Você lamenta-se e sofre, e ele segue o seu caminho, O destino pode ser tão volúvel.
Quando ambos se reconhecem, nenhum vulcão poderia entrar em erupção com mais paixão. A energia libertada é tremenda.
O reconhecimento das almas pode ser imediato. Um sentimento súbito de familiaridade, a sensação de conhecer esta nova pessoa a uma profundidade muito além daquela que a consciência permitiria... saber intuitivamente o que dizer, como vão reagir. Um sentimento de segurança e confiança muito maior do que aquele que alguma vez poderia ser conquistado num dia, numa semana ou num mês.
O reconhecimento das almas pode também ser lento e subtil. Uma alvorada gradual à medida que o véu é gentilmente removido. Nem todos estão preparados para o reconhecimento imediato. Há que dar tempo ao tempo, e muita paciência pode ser necessária para aquele que vê primeiro."


"Uma dor profunda envolvia o seu coração. Sentia-se enfraquecida e de alguma forma carente."

"Ela sentiu como se o seu coração tivesse sido despedaçado e arrancado."

"Não tinha ninguém com quem partilhar os seus medos e a sua dor.
[...] Assim, manteve-se fechada, no seu desespero, e os dias decorriam cada vez mais pesados."

"Não te vou deixar - Amar-te-ei para sempre."

"Sentiu um enorme e profundo vazio no seu coração e na sua vida. Parecia que nunca mais poderia vir a sentir-se inteira. Durante meses, chorou."

"Tinha perdido a sua conselheira e confidente diária, a sua amiga mais intima.
Tinha perdido a sua principal fonte de orientação e apoio.
Ela sentia-se desorientada, só, à deriva."


sexta-feira, 26 de abril de 2019

Muda o mundo de alguém!

Sabes aqueles dias em que nada parece fazer sentido, em que por mais que tentes não sabes o que andas aqui a fazer e em que parece que nada corre bem?
Pois é, todos temos dias assim mas hoje, tu vais mudar o dia de alguém.

Agarra num papel e escreve uma carta, escreve tudo o que tu gostarias de ouvir se estivesses a ter um dia terrível e escreve como se a carta fosse para o teu melhor amigo.

Não importa se não és lá muito bom com palavras, hoje vais escrever com o coração. Imagina que tens a pessoa à tua frente, que ela está a ter um dia horrível e que mudá-lo só depende de ti.

Continuas sem fazer o que escrever? Bem, posso dar-te umas ideias, que tal dizer-lhe que o mau humor faz rugas e que um sorriso é sempre mais bonito?
Que tal dizer-lhe que apesar de as coisas hoje não estarem a correr bem, o dia ainda não acabou e que depende sempre de nós decidir como queremos que ele termine?
Que tal sugerir que quem lê desate a lançar sorrisos a estranhos e anime também o dia dos outros?
Ou então podes dizer que mesmo sem veres, sabes que a pessoa que pegar naquela carta é uma pessoa linda e que merece o mundo inteiro cheio de coisas boas.
Lembra-a que recebemos do universo aquilo que lhe damos e que por isso convém dar mais sorrisos do que caras mal humoradas, mais amor do que tristeza, mais felicidade do que frustração.

Enfim, escreve tudo o que te passar pela cabeça - desde que sejam coisas bonitas claro - e no fim deixa a carta na sala de espera de um posto de saúde, num café, nos bancos do metro.
Em qualquer sitio que te apeteça.
Deixa-a ali carregada com o teu amor e com a tua esperança em tornar o dia de alguém melhor e vai à tua vida, segue o teu caminho com a certeza de que quem encontrar a tua carta terá um dia muito mais feliz.

Talvez a pessoa pegue na tua carta e resolva escrever uma outra e continuar a espalhar o amor que iniciaste, talvez a tua acção gere uma corrente de amor.
Quem sabe?
O importante é começar, por isso começa.
Escreve uma carta e muda o mundo de alguém.


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Alloma Gilbert - Criada no Inferno

Como se pode fazer mal a uma criança?
Como se pode negar-lhes amor e em vez disso descarregar nelas todas as frustrações e todos os desejos de vingança que se tem pelo mundo?
Como conseguem estas pessoas dormir de noite?
Que tipo de sádicos existem neste mundo que precisam de magoar e torturar crianças para se sentirem realizadas?

É completamente desolador saber que isto acontece, como é que podem existir pessoas tão cruéis que tiram prazer do sofrimento de uma criança? E torna-se ainda mais triste perceber que muitas vezes isto é um ciclo, crianças maltratadas tornam-se em adultos que maltratam.

Este livro é um relato chocante - e verídico - contado na primeira pessoa. Uma história tão forte de maus tratos infantis que por vezes tive de parar de ler para não vomitar.
É daqueles livros que nos faz querer enfiar a cabeça na areia e não saber que existem pessoas tão monstruosas como Eunice...




"As crianças precisam tanto de afecto que o pedem inclusivamente ao próprio abusador."

terça-feira, 23 de abril de 2019

Acredita que consegues e conseguirás!

Não deixes de acreditar em ti.
Não deixes que o que os outros dizem ou pensam determine a pessoa que tu és.
Não deixes que a falta de crença que eles tem te apanhe no meio do caminho e te roube os sonhos e as esperanças.

És tu e só tu quem tem de acreditar,
és tu e só tu que tens que saber se esse é realmente o caminho que queres seguir,
és tu e só tu que sabe o que te faz feliz e o que te faz querer continuar todos os dias.

Não importa se todos perderam a fé, desde que tu conserves a tua.
Por isso traça o teu caminho, define as tuas metas, lembra-te da tua força e vai.
Agarra nos teus sonhos e nos teus planos e vai.

O caminho talvez não seja fácil, mas se acreditares sempre em ti, se te lembrares sempre do motivo que te fez partir em busca do sonho, se confiares sempre no teu potencial e acreditares naquilo que estás a fazer; então nada te conseguirá parar.

Vai lá miúda, tens o mundo inteiro para conquistar.
Não desistas!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

William Gladstone - Os doze

E se salvar o mundo dependesse de si?
Se tivesse uma missão?
E se falhasse?

Aos 15 anos Max passa por um experiência de quase morte e são-lhe revelados 12 nomes, durante muito tempo Max não faz ideia do que esses nomes significam ou do que deve fazer com eles. Até que um dia as peças começam a juntar-se e Max descobre a enormidade da sua missão.
Conseguirão salvar o mundo? Ainda irão a tempo de o fazer?

Quando comecei a ler o livro estava à espera de um daqueles thrillers cheios de aventuras para evitar o fim do mundo mas não foi nada disso que encontrei.
Mais ou menos até meio do livro ficamos sem saber muito bem o que é que está a acontecer e qual é afinal a missão e o objetivo de tudo aquilo, a partir do meio descobrimos que existe sim uma "busca" para evitar o fim do mundo - mas sem adrenalina e aventuras perigosas - e queremos sempre saber o que vem a seguir e ler ler ler para saber como acaba.
No fim sorrimos e pensamos "era tão bom se fosse assim".
É um bom livro, não é super emocionante e cheio de aventuras mas vale pelo final.


"O mundo é demasiado vasto e complexo para que possas compreender tudo o que se passa nele."

"Cheguei à fronteira negra do desespero... Não sei quem sou, o que quero ou o que posso fazer, nem para onde vou... Estou farto de mim... Não há esperança... É preciso abandonar esta vida... Quero abdicar dela."

"O mundo é vasto, estranho e está cheio de mistérios. Não duvides, por mais humilde que sejas, de que tens um papel importante a desempenhar neste mistério que é a vida."

"Por vezes a intenção é tão importante como os resultados."

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Abre o teu coração...

Abre o teu coração, procura a chave com que o trancaste há tanto tempo atrás e volta a deixar entrar o sol.
Nem todas as pessoas que passam na tua vida são iguais, nem todas as pessoas te vão magoar, nem todas as pessoas te vão despedaçar o coração e te deixar sem ar, sem alma, sem chão.
Destranca o coração porque algures por ai está aquela pessoa especial, aquela que quer realmente ficar, que quer realmente fazer parte da tua vida, que vem para somar e não para subtrair, que está disposto a dar-te tanto como tu a ela.
Destranca o teu coração e permite que as pessoas voltem a entrar, que se acomodem sem teres medo que decidam partir, que te dêem o que têm de melhor, que te ensinem as suas lições sem que tenhas medo de as aprender.

Talvez o amor ande mais perto do que tu julgas e tu não o vês porque enclausuraste o teu coração com medo de o ver partido outra vez, porque o encheste de grades e fechaste todas as portas e janelas, porque achaste que essa era a melhor maneira de não voltar a sofrer.

Olha à tua volta e vê quantas pessoas passaram sem que tu te permitisses vê-las, quantas continuam à tua espera, quantas a vida levou de volta a ti.

Já chega de te esconderes com medo do mundo, está na hora de deixares o coração bater novamente, de lhe tirares as correntes e aprender o que a vida te quiser ensinar.
Não vai ser sempre fácil mas tu já aprendeste que aconteça o que acontecer é sempre possível sobreviver.

Então vai lá procurar a chave, abre o teu coração e permite-te ser feliz.
O mundo está cheio de pessoas maravilhosas, descobre-as!


quinta-feira, 18 de abril de 2019

Romain Sardou - Livrai-nos do mal

E se o teu dom te pudesse custar a vida?
Se aqueles que fizeram um juramento sagrado fossem na verdade os mais impuros de todos?
Se ninguém fosse o que parece e não soubesses em quem confiar?

Num lado temos crianças desaparecidas e um padre que decide procurá-las, no outro temos um investigador privado que é procurado por uma jovem cujo irmão (adulto) desapareceu e com o qual ela está preocupado.
O que tem uma coisa a ver com a outra? Aparentemente nada.
Mas a verdade é que o caminho do padre e do inspector se vão cruzar e o que não parecia relevante ganha afinal uma importância extrema. Porque andam crianças a desaparecer? O que tem afinal a igreja a ver com isso? Onde está o homem que o investigador procura?
Em quem se pode confiar numa história em que ninguém é quem parece ser?

Este livro é um daqueles "thrillers" que tem tudo, investigação, suspense, boa escrita, uma história que se vai desenvolvendo de forma rápida mantendo-nos presos do inicio ao fim e um final surpreendente e completamente inesperado.
Para quem gosta do género recomendo mesmo, é daqueles livros que não consegui parar de ler e que me prendeu do início ao fim.


Tenho um exemplar deste livro para venda, se alguém tiver interesse manda-me um email.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Porquê a mim?

- "Porquê eu? Porquê a mim?" - Esta é provavelmente a frase que mais se diz quando alguma coisa dá errado na vida:
 - "porquê a mim que sou tão boa pessoa",
 - "porquê a mim que tento sempre dar o meu melhor",
 - "porquê a mim com tanta gente que há no mundo".

E se eu disser que estás a ver a vida pelo lado errado?

Sejamos sinceros, porque é que não devia acontecer? Porque é que só as outras pessoas no mundo "merecem" coisas más? Porque é que se existe tanta gente a passar por adversidades na vida, o mesmo não pode acontecer contigo? Porque é que és diferente e devias escapar ilesa à (i)lógica do universo?

Quando alguma coisa má acontece tens duas opções, tornar-te uma vitima da tua vida e dizer "porquê a mim?", chorar, barafustar, maldizer o mundo e tudo mais ou arregaçar as mangas e dizer "ok, a situação é má mas o que é que eu posso fazer para a resolver?" e ir à luta.
A situação é exactamente a mesma, a diferença é o papel que tu decides ter nela.
Queres ser uma vitima ou apenas uma pessoa a quem coisas más acontecem?

Além disso, não podes apenas agarrar-te às coisas más, não podes apenas ver o lado mau da vida, e as coisas boas que te acontecem? Não merecem o teu olhar?
Sim, eu sei que é mais fácil fazer o papel de coitadinha e deixar que a corrente da vida te arraste mas sabes essa não é a tua única opção?
Tu não precisas que a vida te arraste, tu podes levantar-te e decidir caminhar com os teus próprios pés, tu podes ver as coisas más apenas como coisas más e não como o fim da tua vida, tu podes passar a olhar para a tua vida como um todo e ver que paralelamente às coisas más existem coisas boas, só depende do ângulo pelo qual escolhes olhar para a tua vida.

Então de que lado preferes estar? Preferes ser vitima da tua vida com os "porquê a mim?" ou encarar a vida pronta para qualquer luta com um "Porque não a mim?"


segunda-feira, 15 de abril de 2019

Paulo Coelho - Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei

E se o amor trouxesse com ele uma escolha difícil de fazer?
Se para viveres essa paixão a outra pessoa tivesse de abdicar de uma parte dele?
Se o medo dessa escolha te impedisse de aceitar e de lutar pelo que sentes?

Neste livro navegamos entre a emoção e a razão, entre o querer e o fazer, entre o desejar e o ser.
Podemos mesmo fugir ao nosso destino? Seremos realmente felizes se o fizermos ou seremos para sempre uma sombra do que estávamos destinados a ser?
Paulo Coelho mistura de uma forma magnifica o amor carnal e o amor espiritual, mostra-nos que quando amamos nada é impossível, que os sonhos foram feitos para serem realizados e que basta acreditarmos para conseguirmos.

O livro fala-nos de duas pessoas que se conhecem quase desde sempre mas que tem visões e planos diferentes para a vida.
Enquanto ele pretende voar e explorar o mundo, ela pretende criar raízes.
Enquanto ele acredita incondicionalmente em Deus, ela perdeu a sua fé e tem medo de o desviar do seu caminho.
Ao longo da jornada ela irá enfrentar não só os seus medos mas também as suas dúvidas, descobrindo o significado da palavra amor ao mesmo tempo que se redescobre a ela e ao mundo.

Haverá algo mais forte do que o amor? Este livro diz-nos que não.


"A perseverança é favorável" - I Ching

"Quem me dera que eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças."

"Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que o meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele."

"Parece ter acontecido há tanto tempo e, no entanto, faz apenas uma semana que reencontrei o meu amado e o perdi."

"Procure viver. Lembrar é para os mais velhos."

"Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora e nos torne jovens quando a juventude já passou. Mas como não recordar aqueles momentos? Por isso escrevia, para transformar a tristeza em saudade, a solidão em lembranças."

"Todas as histórias de amor são iguais."

"O caminho é feito ao andar."

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Faz o que sentes.

Ninguém melhor do que tu sabe o que faz sentido na tua vida, ninguém sabe o que te faz feliz ou o que te completa, então pára de ouvir as opiniões do mundo e segue o teu instinto, ouve o teu coração e vai atrás do que te faz feliz.
Pára de te preocupar com o que os outros esperam que faças ou sejas, ninguém vai vestir a tua pele, és tu e só tu que terás de viver a tua vida, és tu quem terá de acordar todos os dias para fazer aquilo que escolheres.
Então pára e pensa, queres realmente continuar a acordar infeliz porque estás no caminho que deixaste que os outros determinassem para ti?
Queres mesmo fazer isso todos os dias?
Estás mesmo preparada para abdicar de quem tu és e do que tu queres só porque não foi essa a imagem que os outros idealizaram de ti?

Não!
Ninguém merece viver uma vida na qual não se sente bem, ninguém merece seguir um caminho que não foi o que escolheu, só porque é o que os outros desejam.
Chega, está na altura de fazeres aquilo que sentes, está na altura de mandares as opiniões alheias irem dar uma volta e concentrares-te em ti mesmo, no que tu dizes, no que tu sentes, no que tu queres.
A verdade é que não vais desiludir ninguém por mudares de caminho porque a única pessoa a quem tens obrigação de agradar é tu mesmo, és tu que vives a tua vida, que percorres o teu caminho, que sabes o que sentes todos os dias ao seguir passos que não queres seguir, só porque alguém se esqueceu de te dizer que podes traçar o teu próprio caminho, que não faz mal seguir por onde ninguém seguiu, que não faz mal correr atrás de sonhos, que não faz mal seres aquilo que tu quiseres ser.

Pois bem, aqui estou eu a dizer-te tudo o que nunca te disseram.
Tu podes ser aquilo que tu quiseres, tu podes fazer aquilo que te faz feliz, tu podes mudar de caminho e correr atrás dos teus sonhos, tu podes ser tu mesma e não a imagem que os outros projectam de ti. Então pára e escuta-te e depois vai atrás dos teus sonhos, vai ser feliz, porque se tu não lutares pela tua felicidade, ninguém o vai fazer por ti!
Vai à luta!


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Janne Teller - Guerra e se fosse aqui?

E se fossemos nós a viver num país em guerra?
Se fosse a nossa casa a estar destruída?
Se fossem os nossos amigos e familiares a serem mortos?
Se fossemos nós a viver em clima de medo constante?
E se quiséssemos fugir e nenhum país nos quisesse acolher?
Se fossemos vistos como perigosos por não falarmos a língua de outro país ou os nossos costumes não serem aceites por eles?
O que sentiríamos se de repente não tivéssemos um sítio para chamar de nosso?

Este é um livro que tem tanto de pequeno como de poderoso, são 63 páginas que têm o intuito de nos fazer pensar na guerra e nos migrantes de uma outra forma. E se fosse connosco?
Como reagiríamos e nos sentiríamos?
A forma como o livro está escrito leva-nos a pensar nas coisas sobre um ponto de vista diferente do habitual, fora dos nossos preconceitos.
Não é de todo um tema fácil e a melhor solução - na minha opinião - seria obviamente a reconstrução dos países de origem para que estas pessoas pudessem ficar nas suas pátrias, no entanto, o objectivo do livro não é discutir soluções ou política, é fazer isso sim, com que cada um de nós pense no assunto de forma diferente e que aborde estas pessoas de uma forma diferente.
Recomendo muito a leitura, lê-se em menos de meia hora e acredito que tenha a capacidade de mudar pontos de vista.

(quando terminei de o ler falei dele nos stories do instagram, por isso quem quiser saber dos livros que vou gostando de ler antes de eles chegarem aqui, siga-me por lá.)

Fotografia da minha autoria

terça-feira, 9 de abril de 2019

Só agradece!

Quantas vezes por dia páras para agradecer aquilo que tens?
Quantas vezes agradeces a oportunidade de acordar mais um dia e continuar a lutar pelos teus sonhos?
Quantas vezes agradeces a saúde, a família, os amigos, o emprego, ou qualquer outra coisa boa que exista na tua vida?

Perdemos tanto tempo a reclamar deste mundo e do outro e tão pouco a agradecer aquilo que Deus nos dá.
Porquê?
Porque é que é mais fácil reclamar do transito em vez de agradecer o carro?
Porque é que é mais fácil reclamar do frio em vez de agradecer a roupa?
Porque é que é mais fácil reclamar da doença em vez de agradecer a possibilidade de termos como nos tratarmos?
Porque é que é mais fácil reclamar com alguém por algo que fez mal do que agradecer pelas milhares de coisas que já fez bem?
Porque é que preferimos sempre ver o lado mau das coisas em vez de nos focarmos nas coisas boas e nos limitarmos a agradecer por elas?

Gratidão gera gratidão e o universo devolve aquilo que lhe enviamos, então se estamos sempre a enviar-lhe energia negativa com as reclamações que fazemos ao longo do dia, como podemos esperar que ele nos retribua com coisas boas?
Olha à tua volta, descobre as milhares de coisas que merecem ser agradecidas e agradece.
Mas agradece de verdade, não porque fica bem ou é algo automático em ti, pára e olha à tua volta, agradece as pessoas que a vida te deu, agradece a oportunidade de veres o sol, agradece o simples facto de teres acordado.

Hoje é dia de reclamar menos e agradecer mais.
Lembra-te, o Universo dá-te o que tu lhe dás a ele, então: só agradece!