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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Souad - Queimada viva

E quando aqueles que nos deviam proteger são os mesmos que nos querem ver morta?
Quando a religião é distorcida ao ponto de o amor ser substituído pelo ódio?
Quando a vida humana vale menos do que a reputação de alguém?

É surreal saber que estas histórias não só são reais como continuam a acontecer nos dias de hoje.

Na Cisjordânia as mulheres simplesmente não têm direitos, não vão à escola, são tratadas como escravas pelos pais e posteriormente pelos maridos, levam tareias enormes de ambos, não podem olhar nem falar com um homem, são consideradas apenas um objecto, uma propriedade. E para elas isso é normal, é a única realidade que conhecem, elas não sonham que existe um mundo à parte, um mundo onde as mulheres têm direitos, um mundo onde levar tareias e ser escrava não é e não pode ser considerado normal.

Este livro chocou-me a todos os níveis, não consigo perceber como se criam homens para ser monstros.. Souad cometeu um "erro", o de se apaixonar e engravidar sem estar casada, por isso foi queimada viva e grávida, sobreviveu e conta a sua história.

Um relato impressionante e doloroso, que nos faz agradecer por termos nascido num país minimamente civilizado.



"Tinha medo desta vida e ninguém compreendia isso."

"Não podemos esquecer a nossa própria morte."

"Agora protege-me. Se não me protegeres não és um homem."

"O que ele faz com o meu corpo não é importante, é com a cabeça que eu o amo."

"Vou morrer. Não importa. Talvez já esteja morta."

"Impedi-la de morrer é uma coisa, ajudá-la a renascer é outra."

"O sorriso é uma forma de oferecer felicidade aos outros, mas não necessariamente a minha."

"Há algo que se quebrou em mim e, muitas vezes, as pessoas não se apercebem porque sorrio sempre por delicadeza, por respeito pelos outros."

"É muito bonito dizer «quero morrer». E os outros?"

"À força de querermos esquecer, acabamos por esquecer de facto."

"Eu estava morta na minha cabeça, tinha água em vez de ideias, não sabia o que fazia."

"Não tinha nada na cabeça, apenas medo."

quinta-feira, 21 de março de 2019

Lesley Pearse - Nunca me esqueças

E se um erro mudasse toda a nossa vida?
Se um ato irrefletido nos condenasse a deixar para trás tudo o que conhecíamos e dávamos como certo?
Será que somos realmente mais fortes do que aquilo que pensamos?

Mary é condenada à forca por ter roubado um simples chapéu, no entanto pode escolher entre a sentença já decretada ou uma viagem de colonização à Austrália (o que naquele tempo era quase uma condenação à morte).
Apesar de todos os seus medos, Mary sobrevive, uma e outra vez, cai e levanta-se vezes sem conta, conhece o amor e o drama, o sucesso e a falta dele.
Como irá Mary ultrapassar tantos obstáculos?

O livro é inspirado numa história real e é daqueles livros que temos pena que acabe.
Apetece-nos continuar a ler e saber o que vem a seguir.
É sem dúvida um bom livro, com uma história de coragem e sobrevivência, que mostra que por pior que estejam as coisas a força de vontade pode fazer toda a diferença.
Vale a pena ler.


"Enquanto respirar, não perco a esperança."

"Nenhum lugar era bonito aos olhos de um homem de estômago vazio."

"Todos os homens nasceram iguais. Se singram ou soçobram, é uma questão de escolha individual."

"O perdão conquista-se."

"O papel de uma mãe era educar e proteger, louvar e condenar eram simplesmente formas de orientar um filho com vista à sua segurança."