segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Carlos Porfirio - Caídos da mesma Árvore

E se de repente a vida te trocasse as voltas?
Se um simples encontro de amigos se transformasse numa questão de vida ou morte?
Até onde irias para salvar a tua vida?
Seriam os teus valores afetados por essa escolha?

Este livro começa num ritmo que não me agradou muito, parecia-me uma história banal sem acontecimentos que me conseguissem prender ao livro e as personagens também não me pareciam assim tão interessantes.
No entanto, mais ou menos no meio do livro, quando menos esperamos, já estamos completamente presos ao mesmo, a querer saber o que vem a seguir e o mais ridículo de tudo (tendo em conta o meu senso de justiça) o livro prende-nos de uma maneira que às tantas já eu torcia para que os criminosos da história se conseguissem safar e tivessem um final feliz.
É daqueles livros que ao início não damos grande coisa por eles mas que vai melhorando sem darmos por isso e que depois nos prende completamente.
Gostei muito.



"A música e a dança têm algo de mágico, são dos poucos escapes que o ser humano tem quando busca a harmonia."

"Lia para matar o tempo antes que o tempo o matasse a ele."

"Com o Ivo sentia-me como se tivesse o mundo aos meus pés."

"Ele sabia tudo ou quase tudo da música que teria de compor e tocar para arrebatar um coração."

"Ele não prestava, [...] não tinha cabeça nem coração, [...] tinha apenas um neurónio ligado ao mastro."

"Percebi que para ele, eu era apenas epiderme, material de prazer."

"Percebi que com ele andaria sempre na montanha russa, ora alegre e muito bem disposta, ora triste e desassossegada."

"A margem entre a devoção e a loucura cruel daqueles que vivem desesperadamente apaixonados, é demasiado pequena."

"A morte é a certeza mais absoluta que existe... dela sim, não podemos fugir."

"Este branco de cabeça rapada tem defeito de fabrico."

"Há acontecimentos capazes de, por si só, alterarem o carácter de uma pessoa."

"Sentia o orgulho a invadir-me o coração. Um orgulho que apareceu como um furacão e com um só objectivo, o de o mandar para o inferno."

"A minha primeira decepção amorosa criou-me anticorpos que ainda hoje mantenho."

"Nunca deixei de ter a ingenuidade de cismar que a vida lhe arrancaria as ervas ruins, e que um dia, algures numa doce primavera, o teria só para mim."

"A liberdade conquista-se com desobediência, a desobediência tem como inimiga a justiça. E o que é a justiça? E para que serve a justiça se é na injustiça que vivemos?"

"Voltei a tropeçar mas não o suficiente para cair."

"De início, faço sempre a vida negra a quem se aproxima de mim: exijo, troco-lhe as voltas, dou-lhe cabo do juízo. Se ele aguentar é porque gosta de mim."

"Tem uma espécie de íman que as deixa deliciadas."

"Sempre achei que a vida é para se ir vivendo, que o antes já não interessa e que o amanhã é incógnito, pode ou não existir."

"Às vezes estamos a falar com ela e percebemos que está na lua, que deixou de nos ver e de nos ouvir."

"O que é uma prisão? Um purgatório? Uma sala de chuto? Um canil para cães? Um sanatório para tuberculosos, seropositivos e hepáticos?
[...]
É larga a porta de entrada da masmorra mas terrivelmente estreita a de saída."

"Sinto sempre uma nostalgia de tudo o que fizemos, de tudo o que sonhávamos fazer. Fantasias, meras fantasias."

"O amor agora é feito de números e de conveniências."

"O pior que nos pode acontecer é não vivermos a vida que há dentro de nós."

"Soltem as rédeas, soltem-nas, gozem a vida até aos limites."

"Que seria de Deus se não houvesse o diabo? Que seria do diabo se não existisse o ser humano?"

"A vida diz-me hoje que num segundo estamos na paz dos deuses, e no outro, imediatamente a seguir, às portas do inferno."

"O ser humano é propenso à ilusão: vê o que está à vista, prefere não ver o que fica por baixo, o que é feio, o que o molesta. Ignora, finge, foge, para não se incomodar com a sua própria imoralidade, Foge de si mesmo, ergue muros para se defender, embriaga-se de fantasias e desejos."

"Existe dentro de cada um de nós uma cobra mais ou menos adormecida, uma cobra que em qualquer altura recorre à sua bolsa de veneno."

"O mundo é feito de luz e de sombra."

"A coragem, [...] anda mais perto da inconsciência do que da inteligência."

"Em cada ser humano há sempre um mundo por desvendar."

"Morrer é terminar de nascer."

"A vida não é aquilo que parece."

"A morte não é mais do que a libertação do inferno da vida."

"O que é que fez contra o abandono sistemático de animais? O que é que fez para ajudar a impedir que milhões de animais em todo o mundo sejam maltratados, presos, acorrentados, chicoteados e até mesmo violados? Pior ainda, o que é que fez para ajudar a impedir que milhões de animais sejam barbaramente torturados e mortos para serem utilizados como cobaias? Ou para simplesmente serem esfolados vivos e servirem de matéria-prima para casacos de senhoras finas? Também tem um casaco de pele de raposa? Tem?"

"As atrocidades sociais são feitas por gente normal."

"Cada vez me convenço mais de que não me conheço suficientemente bem."

3 comentários:

  1. R: e eu gostava de ler os meus livros em dia LOL mas ando tão cansada ao final do dia que nem tenho vontade de ler... por isso lê e aproveita!

    Beijinhos,
    O meu reino da noite
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  2. Não conhecia o livro, confesso, obrigada pela partilha

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